Botafogo busca 1ª final da Libertadores na história após histórico 5 a 0 no Peñarol
O Botafogo está muito perto de fazer ainda mais história. Depois de retornar às semifinais da Copa Libertadores da América após 31 anos, está praticamente garantido na primeira final de sua história. Nesta quarta-feira, às 21h30, visita o Peñarol, do Uruguai, no estádio Centenário, em Montevidéu, com grande vantagem, já que goleou o rival por 5 a 0 no Rio.
Rapidamente, o Botafogo acionou Conmebol e Itamaraty para resolver a questão. A entidade que comanda o futebol sul-americano enviou ofício ao Peñarol exigindo o fim do veto aos brasileiros sob pena de o jogo ser realizado com portões fechados ou ter seu estádio alterado.
Com o 5 a 0 construído como mandante, o Botafogo pode perder por até quatro gols de diferença para avançar no tempo normal. Se perder por cinco gols, a decisão vai para os pênaltis.
O Botafogo só chegou às semifinais da Libertadores duas vezes, em 1963 e 1973. Na primeira, caiu para o Santos. Na segunda, a fase semifinal teve dois grupos com três times cada e o time carioca ficou atrás de Colo-Colo, do Chile, e Cerro Porteño, do Paraguai.
Na atual edição, o Botafogo não começou bem. Depois de perder o título brasileiro na temporada de 2023, ficou fora até mesmo do G-4 e precisou disputar as fases preliminares. Conseguiu passar por Aurora, da Bolívia, e Red Bull Bragantino.
Na fase de grupos, passou apenas em segundo lugar com dez pontos, atrás do Junior Barranquilla, da Colômbia. No mata-mata, porém, eliminou Palmeiras e São Paulo antes de pegar o Peñarol.
Mesmo com tamanha vantagem, a ideia do técnico Artur Jorge é não dar margem para o azar e escalar força máxima. Entretanto, há um ponto de preocupação. Nada menos do que cinco jogadores titulares estão pendurados e, se levarem mais um cartão amarelo, ficarão fora da grande final.
Nesta lista estão o goleiro John, o zagueiro Alexander Barboza, o volante Gregore, e os atacantes Luiz Henrique e Igor Jesus. O zagueiro Barboza e o volante Gregore preocupam um pouco mais por ser defensores. Adryelson e Danilo Barbosa, respectivamente, são opções.
Artur Jorge reforçou o desejo de ganhar tanto a Libertadores como o Brasileirão, competição na qual o time lidera sozinho, mas elogiou o coletivo, sem descartar mudanças. "Temos a vantagem, mas não podemos nunca priorizar o que quer que seja. Temos um elenco com bons jogadores, com um coletivo muito forte, temos muitas funções boas. Nós vamos tentar que todos se sintam úteis para atacar todos os campeonatos."
Se o Botafogo ainda busca sua primeira final, o Peñarol, por outro lado, já tem cinco taças, sendo o terceiro maior campeão, atrás dos argentinos Independiente (7) e Boca Juniors (6). Entretanto, o último título uruguaio foi em 1987, ou seja, há 37 anos.
A última vez que chegou às semifinais foi em 2011, quando foi vice-campeão, perdendo para o Santos de Neymar. Para chegar na atual temporada às semifinais, passou por The Strongest, da Bolívia, e eliminou no mata-mata o Flamengo, que era um dos favoritos ao título. Ganhou por 1 a 0 no Maracanã e empatou sem gols em casa.
O técnico Diego Aguirre tentará mudar o ânimo do time e não deve fazer muitas alterações na escalação. Mesmo após a goleada por 5 a 0, a torcida uruguaia presente no Engenhão aplaudiu o feito do time de chegar às semifinais. A única possível mudança noticiada pela imprensa uruguaia está no ataque, com a entrada de Leonardo Sequeira na vaga de Jaime Baez.
ALTERAÇÃO
O local do jogo de volta entre Peñarol e Botafogo foi alterado nesta terça-feira, véspera do duelo. A partida que seria na casa do Peñarol, o Estádio Campeón del Siglo, passou para o tradicional Estádio Centenário. A alteração se deu após o ministro do Interior do Uruguai, Nicolas Martinelli, tentar vetar a presença da torcida botafoguense no estádio.
Com a mudança, as duas torcidas vão poder estar presentes na partida. O Estádio Centenário é maior do que onde seria originalmente a partida, o que tornaria mais fácil organizar a segurança para o jogo que está rodeado de tensão.
Tudo isso foi motivado pelo que aconteceu na última semana, no Rio de Janeiro, horas antes do primeiro jogo da semifinal. Torcedores do Peñarol saquearam quiosques em uma praia no Recreio, zona oeste da cidade, incendiaram um ônibus e entraram em conflito com a Polícia da cidade.
Mais de 200 pessoas foram detidas e 21 tiveram a prisão decretada. Depois da partida, que o Botafogo venceu por 5 a 0, houve mais confusão. Torcedores uruguaios quebraram cadeiras do Nilton Santos.
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